Meu processo de pesquisa e criação de imagens acontece através do vagar pela floresta e de uma disponibilidade constante de um corpo que tem vontades e ali deixa-se levar até a tela ser finalizada como uma pintura de representações que se constroem das sensações que vêm das minhas vivências. Com preocupação com relação aos impactos do humano no seu meio, procuro mostrar e vou lenta por caminhos diversos. Traço o que sinto, vejo e vivo no mundo e nas cidades, brincando com o mistério, o movimento, o divino, o imaginário e as relações.
Esticando telas
Esticando telas
Tecido pós tingimentos com Romã, anil e barro
Tecido pós tingimentos com Romã, anil e barro
Jenipapo
Jenipapo
Tecido em tingimento
Tecido em tingimento
Tecidos tingidos com casca de romã
Tecidos tingidos com casca de romã
Esse modo de fazer a arte traz consigo um colocar-se no mundo que questiona e faz pensar no ciclo e na preciosidade da vida. São telas que, assim como nós, têm vida, têm ciclos. Contrapõe a utilização do tempo e da duração das coisas do início ao fim da obra. Não tem um início fixo, ela pode começar no encontrar no meio da mata uma matéria-prima especial que dará início ao tingimento do tecido, e somente ser continuada quando o próximo componente for encontrado e incluso nessa “receita” de tela. O processo segue contínuo, não tem um fim, o ciclo da tela não termina quando a pintura é finalizada. Por ser feito com matéria viva, assim como nós, ela envelhece e se modifica com o tempo. É uma pintura que se modifica e resiste, e que também vive a existência da proximidade dos fins.
Shibori
Shibori
Esticando telas
Esticando telas
Shibori
Shibori
Macaco feito de amarrações
Macaco feito de amarrações
Barro de MG
Barro de MG

Os lugares e florestas onde as matérias-prima são identificadas são também os lugares de uma busca de mim e do desconhecido. Neles, atentamente caminho e encontro plantas, fungos, liquens e terras, que, através de estudo e experimentação, é possível de serem transformados em cor. Cada uma delas é processada ou passa por transformações que resultam em pigmentos e/ou tinturas de cores únicas que trazem consigo sua identidade e comunicam a consciência da sua existência.
O desenvolvimento das telas inicia no tecido de algodão cru orgânico, que passa por processos de limpeza e iniciam-se diversas amarrações como o Shibori (técnica de amarração japonesa). E alternadamente se realizam variadas técnicas de tingimentos e/ou estampas com plantas, cogumelos e barros específicos encontrados pelo Brasil, que possuem cores, tonalidades e histórias.
Shibori
Shibori
Tingimento de amarrações
Tingimento de amarrações
Pisolithus sp.
Pisolithus sp.
Indigofera sp.
Indigofera sp.
Amarrações formando boneco de Mico-leão-dourado
Amarrações formando boneco de Mico-leão-dourado

Alguns exemplos de cor encontradas na natureza que utilizo são a planta Indigofera suffruticosa- que faz o azul anil; o fungo Pisolithus tinctorius- que faz um amarelo; e barros das encostas das estradas do país, que possuem cores diversas como rosas, vermelhos, marrons, ocres, amarelos, pretos, brancos e verdes, dependendo das formação das rochas do local.
Há também as plantas tintórias cultivadas como a romã , o abacate e a calêndula.
Após o processo de tingimento, esse tecido com formas idealizadas é, então, esticado em uma estrutura de tela em madeira e, assim, começa a pintura, que é feita com esses pigmentos misturados ao aglutinante escolhido que é a cera púnica (cera de abelha solúvel em água)- que preparo, compondo minha pesquisa.
Shibori
Shibori
Indigo
Indigo
Barro do RS
Barro do RS
Barro do RS
Barro do RS
Barro de MG
Barro de MG
Barro de MG
Barro de MG
Barro de SC
Barro de SC
Indigo
Indigo
Jenipapo
Jenipapo
Shibori e tingimento
Shibori e tingimento
tecido com shibori
tecido com shibori
Shibori
Shibori
Indigofera
Indigofera
Produção do aglutinante
Produção do aglutinante
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